quarta-feira, 27 de abril de 2011

Falta de respeito com a Bandeira do Brasil

Ex soldados da aeronáutica rasgaram a Bandeira do Brasil em Brasília porque querem ser reintegrados à corporação.
Esses cidadãos fizeram o juramento abaixo e parece que esqueceram. Não dá pra acreditar numa coisa dessas. Onde estamos? Para que rumo a nossa pátria está indo?

INCORPORANDO-ME À FORÇA AÉREA BRASILEIRA
PROMETO CUMPRIR RIGOROSAMENTE
AS ORDENS DAS AUTORIDADES A QUE ESTIVER SUBORDINADO.
RESPEITAR OS SUPERIORES HIERÁRQUICOS,
TRATAR COM AFEIÇÃO OS IRMÃOS DE ARMAS
E COM BONDADE OS SUBORDINADOS.
E DEDICAR-ME INTEIRAMENTE AO SERVIÇO DA PÁTRIA,
CUJA HONRA,
INTEGRIDADE
E INSTITUIÇÕES,
DEFENDEREI COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA.
 
A Bandeira é uma instituição do Brasil.
Desce a borracha neles P.A (Polícia da Aeronáutica)!!
 
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2011/04/ex-soldados-da-aeronautica-escalam-mastro-da-bandeira-em-brasilia.html

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Acidente na prática do montanhismo

Desde a Travessia da Serra Fina que eu não me machucava na montanha. Naquela oportunidade, no quarto e último dia, quando já havíamos passado o Alto dos Ivos e já iniciávamos a descida para o sítio do Pierre, onde seria nosso resgate e eu vinha totalmente cansado, estafado pelos quatro dias de dura caminhada sempre acima dos 2.000 m de altitude da difícil Serra Fina e torci o pé repentinamente.
Caí de frente em meio a uma mata de bambu e desci arrastado no meio desses finos bambus por cerca de 3 metros. Quando comecei a entender o que havia acontecido foi no momento em que o Cassiano e o Adão, colegas desta travessia, me puxavam pela alça da mochila e me traziam novamente para a estreita trilha e então pude reparar o estrago ocorrido pelo inchaço do meu tornozelo esquerdo. Dali ainda caminhamos mais umas 4 horas, já sem água, até chegar no local de resgate.
Penso que isso aconteceu naquela oportunidade por falta de concentração! E essa mesma falta de concentração em momentos importantes me causou novo acidente nesse 17 de abril de 2011.
Subi a trilha do Cristo, trajeto normal em meus treinos, empolgado. Saí da parte de trilha na floresta em 15 minutos de caminhada e iniciei a parte de trilha aberta e escalaminhada com uma boa resistência e sem cansaço. Passei por toda a parte difícil sem dificuldade nenhuma (já perdi as contas de quantas vezes subi e desci essa trilha).
Quando estava a uns 15 metros do final da trilha e conferi o relógio vi que estava fazendo o meu melhor tempo de subida. O relógio marcava 35 minutos de subida. Até então meu melhor tempo havia sido 40 minutos. Nesse momento, me desconcentrei e escorreguei no chão liso e fui de frente ao chão. Senti a seca pancada no joelho esquerdo e uma mais seca ainda na canela direita. Eu havia batido a canela com muita força em na quina de uma pedra. Rapidamente levantei e segui a trilha até o seu final com muita dor na perna. Cheguei no final com 37 minutos. Meu melhor tempo!
Sentei no banco ao lado da estátua do Cristo e olhei para a perna e estava formado um calombo e um corte no meio dele. Imediatamente joguei água do camelback, fria, para tentar aliviar a dor. Tirei as dezenas de 'pega-pegas' que haviam se instalado em minha roupa no momento da queda enquanto descansava um pouco. Dali, fui até a casinha que vende milho verde, no alto do morro, e pedi se eles tinham um gelo para que colocasse em minha perna.
Além da raspa de gelo de congelador eles me deram um algodão e álcool com arnica para tentar amenizar a dor eo inchaço daquele local da minha perna.
Após descansar mais um pouco, empapei um pedaço de algodão e o coloquei em cima do machucado e coloquei também uma bandagem tipo curativo por cima.
Desci o morro caminhando, pelo alfalto dessa vez, até a entrada da Fonte dos Amores onde pude pegar o carro e ir para casa.

Moral da História: não perca a concentração nunca. Nos momentos de bobeira os acidentes acontecem. E acontecem tão rápido que quando vemos ele já aconteceu.

Via Era do Gelo - 4 V E2 150m

Essa via de escalada clássica, em Andradas, sul de MInas Gerais tive a oportunidade de escalar no sábado, 16 de abril de 2011. Via de três enfiadas de 50 metros mas com paradas a cada 25 metros.
A equipe: eu, Silas e Renata Ravanelli. Saímos cedinho de Poços de Caldas, por volta das 07:00hs e seguimos para Andradas. Mais especificamente para a localidade do Pantâno.
Chegamos no Abrigo de Montanha do Velho às 8 e pouco e após tomarmos um café, nos deslocamos para as imediações da Pedra do Elefante.
Fizemos o trekking até a base da Pedra do Elefante e seguimos para o início da via Era do Gelo. Dali, a escalada aconteceu. Tive a oportunidade de mandar parte da guiada e fomos intercalando essa atividade entre os membros da equipe que ali estava.
Após completarmos a via, o rapel de 120 metros aconteceu na via Tequenfim com uma parada de dois pinos na parede vertical na metade da altura do rapel.
Eu já fiz vários tipos diferentes de rapel. Cachoeira, pontes, paredões. Mas essa foi minha primeira parada na vertical para puxada da corda e novo rapel. Adrenante! E além disso muito desconfortável.
Dali, vimos no 'corpo do elefante', o escalador Jacaré, proprietário do Abrigo de Montanha do Pantâno (http://www.abrigopantano.com/) e um colega abrindo uma nova via. No martelo!
Após chegarmos na base e o Silas tentar recuperar algumas costuras e mosquetões que haviam ficado no teto da via Tequenfim fizemos o trekking de volta ao carro e voltamos para Poços.
Um recompensante dia de escalada e técnicas de montanhismo: não tem preço!

Primeira enfiada

Silas e Renata

Chegando no cume

Parada do rapel

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Hermano

HERMANO   (Jayme Caetano Braun)


Seu nome - nunca se soube,
nem ele mesmo sabia.
Numa noite muito fria
deu ô de casa na estância.
Vinha de longa distância
dos fundos da noite grande,
mas nos galpões do Rio Grande
isso tem pouca importância.

Ninguém lhe perguntou nome
nem lugar de procedência
que vinha de outra querência
se via no sufragante,
um buenas noites vibrante
de campeira fidalguia
e a galponeira franquia:
- ... Apeie... e chegue pra diante!

O chapéu com barbicacho,
negra e comprida melena,
pele queimada, morena
sem luxos na vestimenta,
bombacha de brim - cinzenta,
adaga e faca à cintura
e um olhar misto ternura
com lampejos de tormenta.

Mi nombre es Hermano, hermanos
disse - enquanto chimarreava
à peonada que escutava
mui atenta - por sinal,
e no mesmo tom casual,
palmeando a cuia de mate,
afirmou como arremate:
- Soy de la banda Oriental!

Desde essa noite o Hermano
ficou na estância - ajudando,
que o índio que anda cruzando
não se ajusta como peão,
vai ficando no galpão
- a velha casa reiúna -
onde os párias sem fortuna
buscam calor de fogão.

Sempre alegre e prestativo,
naquele meio dialeto,
era um gaúcho completo,
de ação pronta e destorcida,
demonstrando em qualquer lida
que era desses campechanos
que já nasceram vaqueanos
dos mil atalhos da vida.

Depois que se enforquilhava
no seu basto castelhano
nem o bagual mais tirano
sacava o índio dali.
Aos gritos de ibi-bi-bi,
ia surrando cruzado
pulando mais que dourado
nas enchentes do Ibicuí!

Cantava uma flor de truco,
à velha moda gaúcha
e num jardeio - qüe pucha,
sempre saía primeiro,
corredor mui tarimbeiro,
desses com sete sentidos
que até parecem nascidos
nas cruzes do parelheiro.

Laçava... e como laçava,
de a pé como de a cavalo,
tanto fazia no pealo,
ser sobre-lombo ou cucharra;
companheiro numa farra
dos que não refugam nada
e que mão aveludada
pra pontear uma guitarra.

Quando cantava se via
naquele olhar machucado
o pensamento empacado
nalguma reminiscência,
talvez a velha querência
longe na barra pampeana...
talvez alguma paisana
desgarronada na ausência...

Numa milonga macia,
numa cifra - num estilo
nunca se viu como aquilo
tamanha fidelidade,
ora olfateando saudade
numa nostalgia langue;
ora farejando sangue
num berro de liberdade.

Quando os dedos se perdiam
entre a quarta e a bordona
pareciam vir à tona
barbarescas ressonâncias,
clarins furando distâncias
num último chamamento
e laços cortando ventos
no amanhecer das estâncias.

Depois amaciava o tranco
com patas aveludadas
e evocava madrugadas
com luas e meias-luas;
pôr-de-sóis nas pampas nuas
com romances proibidos
nos pelegos estendidos
para divãs das chiruas!

Sábado encilhava o baio
rumbeando aos ranchos da estrada,
beber ternura comprada,
onde os párias vão beber,
pois nesse meio viver,
o índio sem parador,
nunca encontra o bebedor
da sanga do bem querer.

Foi num Domingo de tarde,
ao retornar de uma andança,
a noite caía mansa
e o paisano vinha sério,
o pensamento gaudério
perdido longe... distante,
sem saber que, logo adiante,
ia enfrentar o mistério.

Quando embicava no passo
que faz fundo na invernada,
já na boca da picada,
o baio parou-se um gato,
bufou com espalhafato,
como prevendo tragédia,
o índio bancou na rédea,
já meio dentro do mato.

Ouviu um - morre bandido
dos covardes, de emboscada,
já na primeira trovoada
planchou-se o baio cabano.
Baleado embora, o Hermano,
ao se apartar do lombilho
vinha puxando gatilho
dum trinta e oito orelhano.

Seis tiros dados no rumo
e um alarido de morte.
Depois, a sangueira forte
e um frio que vinha do miolo
mas o índio era crioulo,
teve um sorriso esquisito:
- não ia morrer solito,
pra o taura, é sempre um consolo.

E ajoelhado, atrás do baio,
parceiro de mil jornadas,
já de pupilas vidradas
pela morte repentina,
passou-lhe a mão pela crina,
como quem nana criança
e um arrepio de vingança
escureceu-lhe a retina.

Com três ou quatro balaços
bordando a pele morena,
nem ouvia a cantinela
e o fogonear dos balaços,
meio de arrasto - c'os braços,
rumbeou para o tiroteio:
- galo fino - no careio,
coloreando de puaços...

Era um gaúcho Oriental
e um Oriental não recua,
honra a tradição charrua
e nem a morte o abala,
no próprio sangue resvala
mas segue no mesmo tranco,
agora, de ferro-branco,
porque jã não tem mais bala.

Sente que a vista falta
e uma bárbara dormência,
mas resta-lhe uma incumbência
nessa noite de Domingo,
se entrevera e - no respingo,
mete a adaga em carne humana,
gritando em voz insana:
- esta les doy por mi pingo!

Com vinte e tantos balaços,
escoriações e facadas,
as roupas esburacadas,
já cego - e peleando aos gritos,
como a confirmar os gritos
dalgum Confúncio campeiro:
- Covarde morre ligeiro,
o taura, morre aos pouquitos.

Três mortos - mais o Hermano
e o baio - morto encilhado,
não foi identificado
nem um só daquele trio,
o restante, se sumiu,
na imensidade campeira,
deixando apenas sangueira
e o choro do vento frio.

Nunca se soube o motivo
daquela barbaridade,
nem a própria autoridade
nem gente da vizinhança.
Foi com certeza, vingança,
feita por gente mandada.
Restam na velha picada
quatro cruzes por lembrança.

Seus nomes nunca se soube,
três cruzes sem inscrição
defronte - noutro munchão,
uma cruz tem nome: Hermano.
Descansa nela o paisano
que usava melena preta,
um poncho azul de baeta,
montava um baio cabano.
E lá está a cruz de pau ferro
palanqueando o castelhano,
último adeus do Hermano,
na tarde triste e cinzenta,
ao ver a cruz - representa
que a gente vê - na lonjura,
seu olhar, misto ternura,
com lampejos de tormenta.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jogo bonito, jogo de Angola

JOGO BONITO, JOGO DE ANGOLA
(18/05/1995)

Jogo bonito, jogo de Angola
Jogo certeiro, és tu Capoeira
Luta de valente
Mandinga de escravo
Ânsia de libertação
Com princípios de liberdade
Um Capoeira escorrega sem cair no chão.
No toque do gunga
O sentir do sofrimento
De ser espancado no tronco.
Jogo bonito, jogo de Angola
Capoeira se joga agora
Brinquedo perigoso,
Jogo de morte, de malandragem
Uma meia lua corta o ar
Sem chances do adversário esquivar
Um golpe certeiro
Um golpe da Capoeira
Jogo bonito, jogo de Angola

sábado, 2 de abril de 2011

Yosemite National Park - 2009

Localizado nas coordenadas 37° 45' N 119° 30' O e criado em 1 de outubro de 1890, o Yosemite National Park é um parque nacional norte-americano localizado nas montanhas da Serra Nevada, no estado da Califórnia, nos condados de Mariposa e Tuolumne.
O parque cobre uma área de 3 081 km², estando a sua altitude compreendida entre os 600 e os 4.000 metros. O parque de Yosemite recebe a visita de cerca de três milhões de visitantes por ano, grande parte somente para ver o vale de Yosemite, mas no parque existem muitas outras atrações, pois é reconhecido internacionalmente pelos seus espetaculares desfiladeiros de granito, cascatas, arroios claros, bosques de sequoias gigantes e grande biodiversidade, que lhe valeram a designação de Patrimônio Mundial em 1984.
Das sete mil espécies de plantas existentes na Califórnia, cerca de metade está na Serra Nevada, e mais de 20% das espécies concentra-se em Yosemite. O parque conta também com registros documentais da presença de mais de 160 plantas raras, com solos únicos e formações geológicas também elas raras, que caracterizam as áreas restritas que estas plantas ocupam.
Geologicamente o parque caracteriza-se pela presença de rocha granítica e algumas rochas mais antigas. Há aproximadamente dez milhões de anos, a Serra Nevada sofreu uma elevação, tendo-se depois inclinado, o que levou a que as suas encostas ocidentais ficassem com declives ligeiros e as orientais com declives mais acentuados. A elevação resultou num aumento da inclinação dos leitos dos riachos e dos rios, resultando na formação de desfiladeiros profundos e estreitos. Há um milhão de anos, verificou-se uma acumulação de neve e gelo, formando glaciares nos prados alpinos mais altos, descendo depois para os vales percorridos pelos rios. A espessura do gelo no vale de Yosemite pode ter chegado aos 1.200 metros durante o início do período glaciar. O movimento de descida das massas de gelo esculpiu o vale em forma de U que tantos visitantes atrai hoje em dia.
Em 2009, quando visitamos a Gabi e o PJ em Fremont, Califórnia, tiramos um final de semana e fomos para o parque onde as meninas ficaram acampadas em um camping na cidade de Mariposa e eu e o PJ fomos encarar o trekking até o topo do Half Dome (http://en.wikipedia.org/wiki/Half_Dome) e no dia seguinte fomos até as Sequóias gigantes, provavelmente uma das maiores e mais antigas árvores do mundo.
Somente agora juntei as fotos e fiz um pequeno vídeo destes dois dias que lá estivemos.