Incêndio na Serra de São Domingos

Na última quarta, 11 de agosto de 2010, quando saí da Empresa, por volta das 18:00hs visualizei o alto da Serra de São Domingos em chamas. Quando cheguei em casa, dei um beijo na Fer e coloquei uma bota, calça do EB e peguei a headlamp e umas garrafinhas de chá mate gelado que havia deixado na geladeira e coloquei-as na mochila e separei para agir no combate ao fogo como voluntário.
Liguei para o 193 e após me identificar perguntei para o Sgt que atendeu se eles já haviam sido avisados do incêndio na Serra de São Domingos e se havia alguma equipe lá. Ele respondeu que sim, que haviam duas equipes, uma no pé do morro perto da Vila Cruz e outra juntamente com a Guarda Verde de Poços de Caldas no topo, próximo à estátua do Cristo. Perguntei se eu poderia auxiliar e ele perguntou se eu possuia experiência em combate à incêndio e eu respondi que não, mas havia sido militar. E ele me disse: - Vai lá então!
Quando subia a estrada que segue pela Vila Cruz, visualizei as chamas que estavam altas e crepitando. A adrenalina subiu! Subi até a rampa de vôo livre pela estrada de terra que sobe por trás do morro. Na rampa não vi ninguém. Somente as chamas que queimavam o capim e os eucaliptos e já chegavam à uma faixa de mata nativa (aonde o fogo depois seria barrado pela própria natureza).
Então fui para o lado sul do morro, no córner esquerdo (de quem vê o morro de frente) e próximo às antenas encontrei uma pessoa da Guarda Verde e dois bombeiro militares. Falei rapidamente com eles que me disseram que ali não poderiam fazer nada devido à dificuldade de progressão no terreno. O integrante da Guarda Verde disse existem sondas que as mineradoras faziam procurando minério de cerca de 8 metros de profundidade o que deixaria ainda mais perigosa a ação de combate ao fogo naquela escuridão que só era quebrada pelo clarão das chamas.
Voltei então para a rampa de vôo livre e lá estavam duas viaturas do Corpo de Bombeiros. Um caminhão de 6.000 litros de água de capacidade e uma caminhonete. Nesse momento estávamos eu e mais 7 bombeiros militares para agir contra o fogo.
Após análises e discussão da melhor estratégia pelos militares, eles chegaram à conclusão que não havia nada a ser feito senão comunicar Belo Horizonte e aguardar para ver o desfecho daquele incêndio, monitorando e se fosse o caso cercando o fogo nas proximidades de regiões habitadas.
O sargento comandante da guarnição solicitou que eu me retirasse pois nem eles entrariam no combate direto ao fogo. Então fui embora e voltei na Serra de São Domingos no sábado, 14 de agosto, para ver qual o tamanho do estrago feito pelo fogo.
Queimou aproximadamente uns 12 a 15 campos de futebol em sua equivalência de área.