quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cairo e Paris - dia 19

Às três da matina saltamos da cama para rumar para o aeroporto do Cairo. O táxi, um Corsa Sedan, que os egípcios denominam ‘limousine’, chegou no hotel logo depois das 3:30, colocamos nossas duas malas grandes no bagageiro superior (aqueles de ferro, das antigas, que inclusive o meu pai tinha um no Corcel I dele), uma mala preta grande de tecido (aquela da Wilson) e mais a mochila laranja North Face e a mala de mão que foi comprada junto com as duas outras grandes. Como porta malas deste táxi tinha um cilindro de GLP dá pra calcular como estava ‘atrolhado’ o auto!
Rumamos para o aeroporto, com o taxista que não falava um ‘hello’ em inglês (contratado pelo Safir Hotel) e como se não faltasse nada acontecer, para fechar com chave de ouro a estada no Cairo o motora puxou um ‘Derby’ e tacou fogo! Não acreditei! Só nos olhamos, já que nada adiantaria falar! Ainda, ele errou o portão do aeroporto, teve que rodar para encontrar, mas beleza. Estávamos saindo do Egito, que é válida a visita por suas belezas históricas e naturais e também para conhecer outras culturas, mas que foi decepcionante e revoltante por seu povo, na forma que vimos e vivenciamos. Ah, isso foi!
Ao desembarcarmos no Terminal Internacional do Aeroporto do Cairo, pensei: ‘falta pouco!’. Não deu outra. Já colou um cara pegando nossas malas e colocando em um carrinho e já falei: ‘No tips! No money!’, mas o praga ficou colado, não deixando eu empurrar ou carregar minhas coisas! Caramba! Não eram nem 4 da matina e um cara já torrando nossa paciência! Dei uma nota de um dólar pra ele quando chegamos no primeiro raio-X e comecei a passar nossa bagagem.
O guarda que estava conferindo a tela do aparelho de raio-X me chama e pergunta, apontando para uma garrafa que havia dentro de uma das malas: ‘What is it?’ e respondi que era uma garrafa de vodka, que havia comprado no Free Shop de Moscou. Separou a mala. Apontou para algumas coisas que estavam em nossa mala de mão e perguntou a mesma coisa e falei que eram luminárias. Ele mandou abrir as duas!
Pegou a vodka, uma Beluga, que está embalada e lacrada desde Moscou e começou a encher o saco! PQP! Tá na mala que vai ser despachada! Devidamente embalada e de acordo com as regras internacionais de transporte! Chamou o oficial superior dele que de longe perguntou se era spray e eu disse que não e ele já liberou! O ‘reco’ idiota queria era me pressionar para tentar tirar um dinheiro ou mesmo a Beluga! E então foi a revista da mala de mão. Começou abrir e desembalar algumas cerâmicas e a luminária que compramos em Istambul para colocarmos em nossa casa! Mostramos que não era nada ilegal. Que não era uma bomba ou explosivo. Até porque, não sou idiota de me explodir para ter 21 virgens à disposição no céu! Minha Fer vale por muito mais que isso!
Finalmente fomos para o check in e depois de termos que realocar algumas coisas para não pagarmos excesso de bagagem fomos para o controle de passaportes. Mesma arrogância dos guardas. Conversam coisas em árabe e dão risadinhas! Pois bem, carimbo de saída no passaporte! Agora já era. Embarcar e ir embora pra França. Não!
Novo portão de embarque, nova revista, mesmos questionamentos e mandando abrir malas. Ali não aguentei e enquanto três guardas homens e uma guarda mulher com uma espécie de um turbante ridículo na cabeça para não mostrar seus ‘lindos e preciosos’ cabelos faziam comentários em árabe e davam risadinhas sarcásticas (para compreender esse tipo de falsete não é necessário ser poliglota) eu comecei a falar em português com a Fer. Nisso, o mais arrogante e que mais fazia piadinhas entre eles, me olhou e me perguntou o que eu estava falando. Pensei: ‘é bom né seu babaca?’ mas respondi: ‘I am just talking to my wife!’ e ele entendeu que eu tentava dar um troco na mesma moeda dele e ficou calado.
Após passarmos pra espera do portão de embarque ainda vi várias cenas da arrogância destes guardas nesta 593˚ revista de raio-X. Até com uma mulher loira, com duas crianças - uma de uns 4 anos e outra com não mais de 10 meses que inclusive estava naqueles tipo de transportadores que se usam onde os bebês ficam de frente para a pessoa, grudados ao corpo - eles tiraram onda. Quem é a mãe que vai se explodir com seus filhos? Com um bebê? Uma pessoa normal não faria isso! Só mesmo alguém com titica de galinha servido de sinapses para as células nervosas para pensar e agir assim.
Ainda, antes de entrar no avião, nova vistoria em passaportes e finalmente estávamos embarcados  no vôo AF503 que decolaria rumo à Paris com nossa bagagem de mão (uma mala de mão e a bolsa da Fer e minha mochila laranja - bem vazia por sinal) no compartimento de bagagem quando entram dois caras e um deles (com um bafo de cana do ‘garaio’) tira minha mochila, o casaco e a bolsa da Fer do compartimento, coloca tudo no chão e coloca a mala dele no lugar e em seguida começa a enfiar nossas coisas por cima. Aí não deu! Levantei e me meti na frente dele, meio que jogando meu corpo pra cima daquele meio metro de gente, e falei pra ele: ‘Let my stuff there!’ e já olhei para o lado e vi a comisária de bordo e pedi ajuda! ‘Please, I need your help to put my things in other place because those guys took my things out of there!’. No final das contas, minha mochila ficou socada por cima das coisas desse imbecil (que depois reparei que era inglês) e a bolsa e casaco da Fer colocamos em um outro compartimento com mais espaço em cima do assento que ficava atrás do nosso.
Às 11:13hs da manhã aterrisamos no Charles de Gaulle em Paris. Passamos o controle de passaportes, onde o guarda simplesmente olhou nosso passaporte, nossas fotos e nosso rosto, nem carimbou, nem nada e simplesmente nos entregou e estávamos oficialmente em solo francês.
Após pegar as bagagens e sacar uns euros fomos para o portão número 2 para tomar o ônibus da Air France que nos levaria até o Arco do Triunfo. Aqui está uma dica interessante pois este ônibus custa 15 euros por pessoa e leva do aeroporto até a Praça do Congresso Francês e faz sua segunda e última parada ao lado do Arco do Triunfo. Levou exatamente 1 hora do aeroporto até o ‘Arc de Triomphe Etoile’ e então, as 13 horas do dia 21 de outubro estávamos com aquela malaida cruzando as ruas de uma cidade onde existe sinais para pedestres e automóveis e os mesmos são respeitados e se escutam buzinas, mas nada anormal, sem sentido e sem educação generalizada!
Essa é minha segunda vez em Paris. Na primeira, à trabalho e somente de passagem, cheguei de Barcelona (onde tinha ficado uma semana entre lá e Valência) por volta das 10 da noite e fiquei em um hotel ao lado do Charles de Gaulle (acho que foi no Íbis) e no dia seguinte muito cedo fomos de carro para uma cidade no interior da Bélgica, chamada Rotselaar e ao chegarmos de volta, no mesmo dia ali pelas 9 da noite fomos para Paris. Eu, meu chefe e um outro colega e ficamos em Paris das 9 da noite daquela sexta até umas 2 da manhã e voltamos pro Íbis do Aeroporto pois nosso vôo para o Brasil sairia às 7 do sábado. Então, bem dizer, esta é minha primeira vez em Paris. Agora poderei ver a Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Notre Dame, Louvre e tanto mais com calma e com a luz do dia! Durante os próximos 7 dias!
Seguimos então pela Avenue de la Grand Armée, pois já tínhamos dado uma analisada no local onde o Fertel Etoile Hotel ficava e quando nos deparamos com a estação de metrô ‘Argentine’ vi que havíamos chegado.
Pegamos a chave do hotel, quarto 503 e subimos faceiros, abri a porta do quarto e haviam duas malas vermelhas, uma em cima da cama e outra em cima de uma cadeira! Dei meio que pulo pra trás e falei pra Fer: ‘Pois e agora?’…
Ela desceu e voltou com a chave do 603! A menina que trabalha na recepção tinha se enganado. Minhas alma! Mas tá loco home!
Depois de um rápido relax fomos fazer um reconhecimento da área, mas não sem antes parar em café na esquina e almoçarmos. Fomos rapidamente no Arco do Triunfo, Torre Eiffel e Campos de Marte, Rio Sena, Champs Elysée’s. Passamos em um mercado para comprar uns iogurtes, água e nossa janta e voltamos para o quarto do hotel que não tem internet grátis e não conseguimos nenhuma conecção pirata e então tivemos que abrir a mão para podermos ficar em contato com todos! Diz a lenda, que certa feita, me atirei na represa Bortolan em Poços com um ‘sonrisal’ na mão, para praticar o famoso ‘nado de açude’ e quando saí do outro lado o ‘sonrisal’ tava inteiro!
Quando estava descendo pra ver como funcionava a internet e cheguei na recepção, a ‘Precious’, moça que lá trabalha disse que havia passado uma ligação para nosso quarto. Era a Caro, para saber se havíamos chegado bem! Valeu pela preocupação Caro! Ainda consegui dar notícias também pro meu povo lá em Lages que havíamos chegado bem e já estávamos em Paris.
Au revoir pra todos!
Nosso primeiro almoço em Paris
O Arco do Triumfo
Fer na Champs Elisees
Torre Eiffel - foto tirada por um 'hermano' argentino
Nas margens do Rio Sena

7 comentários:

  1. Eu sei que o Egito tem seu valor historico enorme, mas que o visual das fotos da Paris sao lindas ah isso sao!

    Reparei ali no rango que tem uma Orangina, eh isso mesmo? Sou viciado nessa coisa!

    Que bom que chegaram bem e deixaram a falta de educacao la no Egito.

    Aproveitem e ate logo.

    Abs.

    Ju

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  2. A estada no Egito foi uma verdadeira epopeia, com direito a conhecer aqueles monumentos espetaculares e unicos!
    Mas confesso que estou um tantinho mais tranquila agora que vocês estão em Paris :)

    O teu estilo de narrativa envolve a gente nos acontecimentos, sempre!
    Dei uma gargalhada com a historia da chave do quarto errado :D

    Acho que agora dá pra vocês relaxarem um pouco mais e curtirem a cidade, sem ficarem desconfiados a cada passo.
    Aproveitem muito esta semana parisiense! Sabemos que aí tem muitas belezas pra se apreciar, menos exóticas mas mais confortáveis :)

    Beijos, fiquem com Deus!

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  3. Ufa! Que agonia a saída do Egito!
    Me sinto aliviada de vê-los em Paris...
    Muito bacana o Cairo, mas agora PARIS, AI PARIS!!!
    APROVEITEM!!
    Estou adorando a carona!
    Beijão

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  4. Que delícia chegar num lugar com uma cultura mais ou menos parecida com a nossa. Foi legal, mas foi roots!
    Pois é, agora é passear tranquilo, de mãos dadas e apreciar tudo o que tem de bom por aí. Que não deve ser pouco!
    Que legal, que idéia boa terminar a viagem aí - e vocês nem sabiam o tanto que iam precisar de calma e sossego :D

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  5. Fico feliz que voces tenham deixado Paris por ultimo. Um pouco de glamour e sossego (:S) depois dessa jornada que deixou todos nos de boca aberta com cada linha descrita (e tentamos mesmo economizar cada historia, pra durar, mas ta sendo como um livro bom, a gente nao consegue parar de ler e vai engolindo cada palavra!)

    Aproveitem muito ai, se cuidem e continuem vendo todas essas coisas lindas. So assim a gente tem a chance de ver tambem :)

    beijos

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  6. É orangina, Ju. Nunca tinha tomado, acho.

    Bem bom passear por aqui tranquilos e devagarzinho, ouvindo quase mais português que francês pela rua! :D

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  7. Fer,
    você é todinha PARIS!
    Sua carinha combina tão mais com esta paisagem, ficou ainda mais linda!
    Obrigada por cuidar tão bem dela, Madá. Sei que ela cuida de você do mesmo jeito... que bom que estão do lado de cá do mundo : )
    Enjoy!

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