domingo, 17 de outubro de 2010

Istambul e Cairo - dia 15

Acordei duas vezes durante a nossa última noite em Istambul. A primeira, para conferir no site de esportes da Globo, como tinha acabado o jogo do Flamengo e voltei a dormir mais tranquilo depois que vi que o rubro-negro derrotou por 3 a 0 o maior time brasileiro da atualidade, o Internacional.
Depois, acordei com estrondo gigante e com tudo tremendo em nosso hotel e nas imediações! O barulho de alarmes de carros disparando tomou conta do silêncio da noite e pensei ter escutado algumas sirenes. Pensei: ‘pronto!’, ataque dos guerrilheiros Curdos ou algum ataque terrorista por aqui! Mas na real, deve ter sido um raio que caiu nas redondezas, ou no mar ou então em algum pára-raio próximo e produziu aquele barulho ensurdecedor que nos acordou no meio da noite.
A chuva caía de balde e desta forma teríamos sérios problemas para transportar as duas malas grandes (com 28 e 34 kg) e a mala de mão, mochila grande, casacos de lã e bolsa até a estação do ‘tram’, que fica a pelo menos 1 quilometro do hotel que estávamos, e ainda por cima em ruas calçadas com paralelepípedos e em subida.
Quando acordamos a chuva havia parado e as ruas já estavam mais secas. O barulho de um helicóptero rompia o silêncio da manhã e descemos para o café eram umas 9 da manhã. Hoje os ovos mexidos estavam lá e a Fer pode comer melhor. Eu comi ovo cozido, pensando no efeito ‘booster’ que ele poderia me dar na subida das ruas com as pesadas malas que tínhamos que carregar.
Ontem havíamos perguntado em uma agência de turismo próxima de nosso hotel se havia algum serviço de ‘shuttle’ que poderíamos utilizar do hotel até o aeroporto de Ataturk mas nos falaram que o trânsito de carros estaria interrompido naquela região devido à Maratona Internacional de Istambul, que aconteceria nesse domingo. Então, segundo a moça da agência a opção era pegar o ‘tram’ até um certo ponto e de lá pegar o metrô até Ataturk.
Subimos com a nossa bagagem e quando chegamos na praça entre a Blue Mosque e Santa Sofia vimos que estávamos encrencados! A Maratona estava passando bem na rua que teríamos que atravessar para chegar na estação do ‘tram’. Tivemos que caminhar um pouco a mais entre os competidores que ali passavam. Por sorte estávamos a uns 200 metros da linha de chegada, então contornamos ela por trás e conseguimos passar para o outro lado, mas sempre no meio do tumulto daquela galera que havia terminado os 42.196 metros de corrida (acho que é essa a distância da maratona).
Chegamos na estação e ela estava fechada! Perguntamos para um funcionário e pelo que entendemos teríamos que ir até a próxima estação. Seguimos a subida, arrastando as malas e eu suando igual porco em sauna! A Fer já queria que eu trocasse de camisa, mas como havia passado desodorante não tem problema!
Passamos por uns carros de polícia que trancavam a rua para evitar o trânsito de veículos e o guarda nos disse que a próxima estação estaria aberta. Quando avistamos a próxima estação vimos que ela também estava fechada por causa do evento da maratona. Então nos indignamos e decidimos tomar um táxi para o aeroporto.
O taxista nos disse que daria entre 65 e 75 liras turcas devido ao trânsito que estava trancado em vários locais por causa do tal evento maratonista. Falamos que poderia dar no máximo 70 liras, porque era somente o que tínhamos (na verdade era um aluguel nele para não sermos TÃO logrados). Então tomamos o tal táxi e desembarcamos em Ataturk 35 minutos depois e fomos para a entrada do embarque internacional.
Na entrada do Aeroporto Internacional de Ataturk, Istambul, já existe um posto de controle de bagagem com infra-vermelho e raio-x. Após a passagem, check in na companhia aérea e controle passaportes. Carimbo de saída da Turquia no passaporte e fomos procurar o almoço.
A Fer pediu um prato, que não sabemos o nome mais. Mas era tipo uma massa de pizza aberta e com os cantos dobrados e então tipo que formava uma canoa com o recheio dentro. Pedimos também kibe. Na hora que pedi kibe, achando que estava abafando na língua turca o rapaz do balcão olhou para o outro e me deu uma caneta e um papel para eu escrever. Escrevi e eles se olharam e sinal de negativo com a cabeça. Olhei para a parede e tinha uma foto com kibes e mostrei pra eles, então disseram: ‘ah! Köfte! Ok! Ten lira!’ E eu: ‘Ok, köfte!’. Depois de comermos esse rango, pedimos um ‘manti’ que parece um capeletti com molho. Esse eu achei meia boca. Pena que ali não tinha meatballs.
Na hora do embarque no avião, novo controle de bagagem e ali me surpreendeu que pegaram no chaveiro da chave do carro, que estava em nossa bagagem de mão, um pequeno canivete. Ele passou pelos controles de São Paulo, Amsterdam, Moscou e dançou em Istambul. Até que andou muito né?
Chegamos no Cairo no meio da tarde, hora local. Na chegada no controle de passaportes, à esquerda, antes das cabines com oficiais egípcios já tem um banco onde se compra o visto de entrada no país. Quinze dólares americanos. O cara entrega o visto que é um adesivo e entrega-se esse adesivo junto com o passaporte para o oficial de alfândega que já cola ele no passaporte e manda o carimbo de entrada por cima. Seguindo, descemos a escada rolante para pegar as malas e já estava uma pessoa do hotel Safir com uma plaquinha com meu nome. Ele ficou conosco enquanto esperávamos as malas, conversando sobre o futebol do Brasil e disse que todos os egípcios adoram o futebol do Brasil. Depois de pegar as malas existe outro controle da polícia egípcia na saída do aeroporto sobre as bagagens e passaportes. O funcionário do hotel pediu nossos passaportes, mostrou pro policial e apontou pra nós e ninguém olhou nossas malas ou qualquer outra coisa e passamos direto.
Do lado de fora estava uns 35 graus Célsius de temperatura. O carro que nos levaria para o hotel nos esperava e fomos orientados pelo funcionário do hotel a não darmos dinheiro para o motorista e somente pagar o que havíamos combinado na recepção do hotel.
No caminho para o hotel foi possível ter a primeira idéia do Cairo. Trânsito caótico e todos os carros tem amassados! Incrível! As construções todas meio que cor de areia e com pouco colorido. Eles valorizam muito aquela batalha que tiveram contra os israelenses em 1973 pela Península do Sinai, quando se não me engano, as tropas egípcias atravessaram o Canal de Suez e retomaram o Sinai para o Egito. Existem painéis valorizando esta guerra no caminho e também há um museu, que o taxista apontou, onde tem alguns carros de combate em frente e também alguns MIGs de fabricação soviética.
Ao chegarmos no hotel, o cara da recepção disse para pagarmos para o taxista. Entreguei as 90 libras egípcias (cerca de 30 reais) para o taxista e ele disse: ‘Any tip for me!’. Não me acreditei! O tipo do tiozinho! Dei 10 libras egípcias com uma cara de ‘sim, qualé?’ e ele foi embora.
Ainda, fomos em um restaurante que tem em frente ao hotel para comermos algo, chamado Cilantro, e comemos sanduíches, compramos água e voltamos para o hotel.
Nesse hotel, a internet grátis fica somente no lobby, no primeiro andar. No quarto, a taxa é de cerca de 35 dólares americanos por dia. Então, tentarei atualizar ainda diariamente o blog, de acordo com a disponibilidade de tempo, internet e cansaço nosso.
Amanhã, acho que já teremos mais novidades e as primeiras fotos do Cairo. Os posts de dia de trânsito nesta viagem são os mais sem graça, mas servem para deixar as informações atualizadas e não deixar nada se perder pelo caminho.

5 comentários:

  1. hahahahahah quase morri de rir (mas com pena!!) da historia da estacao fechada. E voce suando igual porco em sauna!! hahaha

    Que bom que ainda deu pra comer mais uma coisinha gostosa antes de sairem de Istanbul. Como sera no Cairo?

    Deu pra ver que o povo e folgado, que bom que voces tao num hotel que orienta sobre os logradores! Se cuidem muito, e descansem! Parece que voces tao precisando bem :)
    beijos!

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  2. Me desculpe, mas também ri do porco na sauna hahaha
    Pegar um evento grande assim bem na hora da saída é uma atrapalhação dificil de prever.

    Quibe não tem, só Kofte :o) Aqui temos a kafta, mas é uma coisa diferente e nada bom assim.

    Hotel five star é bom de serviço! :D

    Atualize quando puder, aproveitem bem o tempo aí, com certeza tem muitissimas coisas incriveis pra ver!

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  3. Nossa, eu só pensando na canseira e esforço pra carregar as malas de estação em estação... que coisa, fechar por causa de maratona!
    Ainda bem que afinal chegaram bem no Egito.
    Torço para que reunam forças para aproveitar sem cansar demais, ainda mais porque logo, logo tem PARIS!!!!
    Enjoy!!!
    Fiquem com Deus e todos os anjos deste lado do mundo.
    Beijos.

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  4. Bah, estou impressionado com os relatos, Madá!
    Você tem um jeito legal de descrever os lugares, as impressões, os detalhes... estou viajando com vocês! Que vontade de conhecer essas paragens exóticas!
    Abraços

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  5. Nossa, eu tinha perdido esse post! Que lerda!
    Eu SEMPRE me assusto com taxista. Cada lugar tem o trânsito pior que outro, e a gente sempre tem aquela certeza de que vai ser enrolado. E geralmente é :(
    Mas que bom que chegaram bem, que o hotel é legal - esse foi o que vcs não tinham reserva, né? Deu certo no fim!

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