domingo, 31 de outubro de 2010

Paris e Poços de Caldas - dia 27

PARTE 1

Embarcamos às 11h10m e às 11h30m o vôo decolou rumo à Guarulhos. Aquela sensação de ter sido roubado no hotel, no local que era para termos a maior segurança fora do país, de termos perdido além dos equipamentos eletrônicos os documentos, cartões e todos, TODOS os arquivos fotográficos e vídeos de nossa viagem era muito ruim. Triste, humilhante, desmoralizante e tanto mais que ficamos sentindo nessa hora.
Foram 11 longas horas de viagem até o Brasil onde devido ao nosso tamanho não tem como ser relaxante dentro de um avião com aquele pequeno espaço entre as poltronas. No momento do check in estávamos ainda tão abalados pelo ocorrido que não lembramos de perguntar por poltronas nas saídas de emergência (com mais espaço entre as poltronas) e nem por upgrade de categoria com milhas. Nada! Não havia como pensar em nada disso.
Desembarcamos no Aeroporto Internacional Franco Montoro, em Guarulhos, São Paulo no dia 29 de outubro ãs 7h15m e seguindo os procedimentos de desembarque em solo brasileiro fomos para o controle de passaportes. Apresentamos os documentos e pessoa que ali trabalha disse que eles deveriam ficar retidos ali naquele ponto. Expliquei que talvez necessitasse deste documento pois precisaria ir até a Polícia Federal brasileira para registrar o roubo de nossos passaportes e aquele ali era o único documento que eu tinha em mãos que provava que eu realmente era eu.
Após pegarmos nossas malas a primeira coisa a se fazer era ir até a Polícia Federal para registrar o roubo dos passaportes. Subimos de elevador para o primeiro andar do aeroporto de Guarulhos e nos dirigimos à delegacia da Polícia Federal que fica no segundo piso da mesma forma. Quando ali chegamos o policial não sabia dar muitas explicações e após convencê-lo que o caso era de passaportes roubados ele falou que deveríamos ir ao setor de passaportes que fica ao lado da delegacia da PF.
Neste posto pudemos registrar o roubo de nossos passaportes. A Fer apresentou a identidade e eu só tinha uma cópia dos passaportes, em xerox, que é o que usávamos conosco lá fora. A agente não aceitou. Disse que aquilo ali não provava que eu era eu e que ali, por não ter outro documento meu em mãos eu teria duas opções: ou registraria o roubo depois, com um documento meu em mãos ou teria que pegar aquela permissão para entrada no país emitida pelo Consulado Brasileiro em Paris. Mas esse documento havia ficado retido no setor de desembarque! Como que eu poderia voltar lá?
Fui até a Delegacia da PF novamente, e falei para o policial federal:
- Meu camarada, você é o policial federal, só você pode me ajudar nesse momento. A agente do posto de passaportes que você disse que eu deveria ir, mandou eu voltar aqui para que você mandasse alguém trazer o documento tal até aqui.
E ele respondeu, estufando o peito:
- Eu vou lá com você porque eles não trarão o documento aqui.
E foi, caminhamos até aquela parte do embarque internacional deste aeroporto e ele pediu para que eu esperasse e voltou com o xerox do documento nas mãos. Agradeci e voltei para o posto de passaportes para fazer o registro do roubo de meu passaporte.
Cheguei lá e mostrei esta cópia para a agente e ela disse que ok. Não falei nada, mas pensei: 'Ué? Não tinha que ser documento original? Agora esta cópia serve?'. Pois bem, ainda bem que ouela recuperou o bom senso à tempo ou então não lembrava que havia dito qe não poderia ser cópia de documento. O importante ali era que os registros estavam feitos e poderíamos agora rumar para casa.
Ligamos para o Fly Park, local onde costumamos deixar o carro quando viajamos deste aeroporto e rapidamente fomos buscados pela van que faz este trabalho. Chegamos no Fly Park e à esquerda já vi o Doblò estacionado na área coberta que havíamos deixado. Enquanto a Fer pagava fui pegar o carro para colocá-lo perto do escritório e carregar as malas. Bati a chave e nada! Tentei de novo e nada!
Eu já havia travado o carro somente na chave por ficar com medo do alarme disparar e acabar a bateria, mas somente isso não foi suficiente. Um mês parado e a bateria arriou! Voltei no escritório do estacionamento e pedi ajuda para o funcionário para fazer aquele procedimento de tentativa de partida com cabos e acumulador de energia auxiliares, chamado 'chupeta'. Eles já tem um aparelho profissional para este procedimento e ele disse que isso acontece direto.  Fomos até o carro que após algumas tentativas o carro pegou.
Embarcamos as malas e nossas coisas e saíos rumo à Poços. Paramos no caminho para comer algo e quando eram umas 13h30m chegamos em nossa casa.

PARTE 2

Após darmos uma pequena arumada nas coisa precisávamos conferir os cancelamentos dos cartões, celular e verificar se havia alguma notícia do hotel e aí que vimos o email que abaixo coloco na íntegra, o qual recebi do hotel:

Dear Sir, Dear Madam,
We are writting to you in order to let you know about the investigations we made since you left the hotel.
As you know, we have a security system in the hotel and there is a camera in each floor. This morning, we watched the video for each floor and and we can tell you clearly what happened yesterday, Thursday 28 October 2010:
11h16: You both come down at the reception to check out
11h19: You put your luggage, including the orange bag in the luggage room
11h21: You go out the hotel
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12h17: a man arrives in the hotel and sits down in the reception. He looks like waiting for a guest. A woman arrives almost at the same time to check in. The receptionist welcomes her and during she is dealing with this guest, the man sat in the armchair stands up and goes to the lift and takes it.
Thanks to all the camera, we can clearly sea that he is going to each floor (from the top until the first floor) and is inspecting the corridors and the rooms' doors to see if they are locked. Most of the time, he is taking the staircase and he wears sometimes a hat and sometimes not. In the first floor, he even tries to enter in a open room where the chamber maid is. Actually, as she is in the bathroom, she does not hear him and as the clients have left the hotel, there is nothing to steal. 
After the first floor, he takes the staircase which brings him directly to the ground floor where we can imagine he finds the place where you left your luggage. Few minutes later, we saw him coming, by the staircase, in the third floor putting your bag on his back. He calls the lift.
12h50: he is going out the hotel, as a guest can do, with your bag.
Obviously, we do not know this man who seems to be a profesional theft. According to the way is going very easily in the hotel, and inspecting the premises, it is clear that he is very used to do that.
We have informed this morning the police officer you met yesterday to explain what happened and confirmed that the bag has been stolen by a theft. We have given a description to the police officer. He will wait next week to have the complain registered by the authorities and then he will contact us back. We will keep all the video and we will give the police all the details we have.
We are very sorry for what happened in our hotel. Even if we know that this kind of thefts exist, they are profesional and it is quite difficult to distinguish them from other guests.
Up to now, we did not have any problem with the place where you left your luggage. Even if we can not say that it is an official luggage room because it is not locked, we do not give any ticket, nobody is looking after this place especially and it also a safety deposit box room, this place is convenient for guests when they want to put their luggage during the day. Maybe, and because of this experience, we will reconsider the use of this place.
We will inform you about all the investigations made and we stay at your disposal for any further informations.
Best regards.
Emmanuelle FERREIRA
Hotel Manager

Com isso só posso ficar aqui pensando que hipocrisia deste hotel que pede para os hóspedes deixarem a chave na recepção quando saem de suas dependências e pegarem a mesma quando chegam e deixam o cara circular dentro do hotel, entrar e sair sem ser questionado. A recepcionista deveria no mínimo ter questionado o meliante sobre a chave do apartamento (se ela não estiver envolvida de alguma forma). Qual o envolvimentodas pessoas do hotel com este ladrão? Será que não é amigo do pessoal da recepção? Acho que isso nunca vou saber e nem teremos nossas coisas de volta. Resta agora esperar e arcar com o prejuízo financeiro e moral.

2 comentários:

  1. Do mesmo modo como é no Brasil, o hotel tem que assumir a responsabilidade pelo roubo de bagagem e objeto que estava sob sua guarda, (artigo 1952 e seguintes do Código Civil francês).

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  2. Confesso que fiquei lendo tudo desta parte final, na esperança de voces acharem as coisas... Enfim! Espero que esteja tudo bem hoje! Quero ler todos os dias da viagem depois! Parabéns pelo blog!

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