sábado, 23 de outubro de 2010

Paris - dia 21

Decidimos mesmo ir procurar o Mercado das Pulgas de Paris, aqui chamado de Marche des Puces. Depois do café demos uma pequena caminhada até a estação Charles de Gaulle Etoile e tomamos a linha 2 do metrô até a Barbès Rochechouart e então conectamos para a linha 4 e seguimos até a última estação desta linha que é a Porte de Clignancourt.
Nesse segundo dia utilizando o transporte subterrâneo de Paris, que abrange todos os pontos da Cidade Luz, já começamos a entender um pouco melhor após planejarmos o local que queremos ir e conferir pelo mapa deste sistema de transporte o melhor traçado e melhores conexões a serem feitas. O caminho entre as estações, possui a cada 30 metros aproximadamente, uma lâmpada fluorescente (daquelas compridas), iluminando os túneis. Ainda, na parte interna dos túneis, diversos grafites e pichações diferem o interior dos túneis dos outros sistemas que já conheci e utilizei (em todas as outras cidades que utilizei metrô, não lembro de nenhuma que tivesse os túneis com iluminação ou que fossem estilizadas com pichações e grafitagens).
Quando desembarcamos em Porte de Clignancourt, que é a divisa de Paris com (o acredito que subúrbio de) Saint Ouen, pudemos sentir uma arquitetura e atmosfera diferente destas características aqui das redondezas da Champs-Elysees. Saímos então à procura do Marche des Puce e a Fer aproveitou para exercitar seu francês pedindo informações para um homem que assistia uma mulher manobrar um carro estacionado. Descobrimos então que íamos na direção errada e voltamos os 50 metros que havíamos nos desviado da rota correta.
Na Rue Beliard pudemos começar a notar as placas que indicavam o que estávamos procurando e avistamos um pequena praça, lotada de barraquinhas que de vendiam produtos africanos (roupas e artesanatos basicamente), jamaicanos (roupas do Bob, toucas, incensos) e roupas e tênis provavelmente de origem chinesa. Demos uma caminhada ali, pensando que somente aquilo ali seria o mercado das pulgas. Então, ouvimos uns brasileiros conversando e a matriarca daquela família disse para os seus que teriam que passar o viaduto que ali estavam os grandes mercados. Fomos seguindo eles e aí então encontramos o Mercado das Pulgas de Paris.
Marche des Puces - St Ouen, Paris
Marche des Puces - St Ouen, Paris
São lojas de casacos e roupas, sapatos, artesanatos oriundos das colônias e ex-colônias francesas, restaurantes e lancherias e umas vilinhas e galerias de lojas de antiguidades. Nessas últimas, muita coisa legal e muita coisa macabra. Me chamou atenção algumas peças de marfim que ali existiam. Móveis antigos, estatuetas, peças decorativas, escadas circulares de madeira (muito legais) e outras quinquilharias. Algumas lojas de roupas antigas, mas bem mais estilosas que simples brechós e em uma delas, os vendedores estavam vestidos com roupas de época, parecia até um cenário. Algumas destas lojas vendiam roupas de crianças, mas isso achei meio estranho, pois tinham um design bem antigo que remetia um pouco a filmes de terror. Lojas de revistas e livros e várias fotografias e cartazes. Muitas fotos de nús artísticos.
Decidimos tomar um café para aquecer o peito devido ao frio que estava fazendo durante a manhã. Enquanto tomávamos nosso café e chá, começou a cair uma fina chuva, mas sabíamos que não era ela que atrapalharia nosso passeio neste sábado em Paris.

Mais especificamente, estávamos tentando localizar uma ‘Army Surplus’, que é o tipo de loja que vende artigos militares usados ou novos, para eu tentar encontrar uma calça camuflada do Exército Francês. Quando já estávamos quase desistindo, vi de longe um manequim com um daqueles uniformes de atirador de elite, que mais parece um monte de palha e que este tipo de atividade exige para que não seja identificado durante a missão. Fomos até lá, mas o dono disse que não tinha nada do exército francês e que dificilmente acharíamos e seguimos nosso caminho.
Já voltávamos rumo ao caminho da estação de metrô quando decidimos dar mais uma olhada em uma das várias galerias de roupas que ali existem, todas com dezenas de pequenas lojinhas, quando vimos uma com algumas roupas verdes. Perguntei para o atendente se eles teriam a calça que procurava e então passei pelo meio de muitas roupas (calças e jaquetas) ali penduradas e vi que nesta loja existia um grande acervo de roupas militares do mundo todo. Jaquetas, camisetas, calças, gandolas, botas e muito mais e com um preço decente e não exorbitante. Dica: para chegar nesta loja, sair da estação do metrô e seguir reto pela mesma avenida e ao passar por baixo do viaduto, dobra à esquerda e ao passar a primeira travessa (ruela) ficar de olho em uma galeria com diversas lojinhas de roupas diversas. Fica ali.
Na estação de metrô
Dali, fomos retornando ao metrô e do Porte de Clignancourt fomos até a estação Strasbourg St-Denis onde trocamos para a linha 8 e descemos então na estação Grands Boulevards. Estávamos em Montmartre. Movimentado e com bastante opções de restaurantes após darmos uma olhada em alguns cardápios em frente a eles, decidimos entrar em um chamado Pastapapá (15, bld de Montmartre) e cada um de nós pediu um prato de macarrão e tomamos uma taça de vinho. Quando a comida chegou vimos que somente um prato teria satisfeito nós dois! Foi uma grata surpresa comermos bem e uma grande quantidade de comida acompanhada de um bom vinho da casa. Agora satisfeitos e com o pandurro cheio, a disposição e ânimo para continuarmos explorando Paris era outra.
Caminhamos bastante por Montmartre. Pela rua com o mesmo nome chegamos até a Rue La Fayette e fomos em uma loja H&M que a Fer gosta bastante para checarmos as oportunidades. Saindo dali, atravessamos a rua e entramos na Galeries LaFayette. Entramos e saímos! O crowd era imenso e não estávamos no astral de ficar nos esbarrando com aquele bando de pessoas, não naquele momento. Decidimos então que vamos voltar lá outra hora, outro dia. Fomos procurar uma estação de metrô para retornamos para o hotel pois precisávamos lavar algumas roupas. Aliás, muitas roupas!
Fer em Montmartre
Da estação Havre-Caumartin (linha 9) fomos até a estação Franklin D. Roosevelt e pulamos para a linha 1 descendo na estação Argentine, que fica a menos de 20 metros de nosso hotel.
Pegamos as nossa roupas sujas e fomos procurar a lavanderia. O sistema da lavanderia é daqueles que se compra o sabão em uma máquina que entrega o produto já em tabletes e na mesma máquina seleciona-se qual das várias máquinas de lavar que será utilizada, através do número que está gravado em cada uma e aí é só aguardar o tempo de lavagem, retirar as roupas desta máquina e se quiser secar ali mesmo, repete a operação na máquina de secar. Ambas, de lavar e secar, de tambores com rotação horizontal.
Eu já havia usado este sistema de lavagem no início da década de 90 quando estudava no Colégio Militar em Porto Alegre. Aliás, essa lavanderia é outra coisa que me lembra Porto Alegre e me faz comparar Paris a esta capital brasileira do mais meridional estado do Brasil. Outro aspecto parecido é na Champs-Elysees. A quantidade de pessoas caminhando pelas calçadas me faz lembrar a Rua da Praia, famosa rua da capital gaúcha!
Roupas secas e lavadas, retornamos para o hotel e busquei uma comida em um restaurante chinês em frente ao hotel. Foi difícil porque a tia chinesa que atende não falava inglês e eu não falo francês. Pedi yakisoba, mas ela não sabia o que era, então foi na base de apontar e fazer mímicas!

4 comentários:

  1. Ja sao praticamente locais em Paris. Gostei da comparacao com Porto Alegre, hahaha.

    Aproveitem e ate logo.

    Ju

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  2. Bah totalmente franceses - tao se virando e indo pros locais que so os locais conhecem. Que barato!
    Tou adorando a fineza dessa parte da viagem. Vai ser dificil voltar pra casa :)

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  3. TAva bom demais este blog pra ser s´rio... Porto??? Mas bah, home! O macarrão que você comeu tava velho ou o vinho, vinagrado.
    : )
    Muito legal, tudo lindo em Paris.
    Nem os protestos da TV estão no ar, na viagem de vocês.
    Deus abençoe, aproveitem TUDO!
    Beijos.

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  4. Pois é, eu ia perguntar se a bagunça tinha interferido em alguma coisa, mas pelo jeito não. Bão.
    Duvido que seja parecido com Porto Alegre :)

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